CAIXA Cultural expõe obras que contam a história do papel na arte brasileira

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Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Tomie Ohtake, Paulo Cheida Sans e
outros artistas importantes participam da mostra
 (foto: Rodrigo de Oliveira)
  
Brasília: Fabricado com base na celulose há quase dois mil anos, o papel se tornou uma das tecnologias mais duradouras e cruciais para o desenvolvimento do engenho humano, beneficiando a técnica do desenho e de outras linguagens como a gravura. No Brasil, as artes do papel ganharam pleno espaço no século 20. É o que mostra a exposição Metamorfoses – O Papel no Acervo da Caixa, em cartaz do dia 28 de outubro a 11 de janeiro de 2015 na Galeria Acervo da Caixa Cultural de Brasília.
 
A mostra reúne 60 trabalhos unidos pela similaridade do suporte papel. São desenhos e gravuras que contam a história e trajetória do uso do papel na arte, por meio da obra de artistas brasileiros como Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Oswaldo Goeldi, Artur Barrio, Marcelo Gassmann, Djanira, Fayga Ostrower, Tomie Ohtake, Glênio Bianchetti e Paulo Cheida Sans.
 
“A exposição dá continuidade à política da CAIXA de disponibilizar acesso às obras de sua coleção, que constitui patrimônio público”, comenta Marcelo Moreira dos Santos, gerente de Filial da CAIXA Cultural Brasília. “Esta mostra propõe um contato direto com rico material de referência histórica, que tem o uso do papel como suporte expressivo para uma diversidade de artistas”, comenta o gestor.
 
Junto com os trabalhos de pinturas, a coleção de obras desenvolvidas sobre papel constitui um dos principais acervos da CAIXA. Só em Brasília existem mais 300 obras arquivadas. Como aconteceu na América Latina, não só a força da cultura nacional, com seus mitos, folclores e tradições populares, mas também as adversidades sociais e políticas do país influenciaram os trabalhos desses artistas a partir de uma investigação estética pertinente.
 
Data de 1945 a obra mais antiga do acervo que faz parte da exposição Metamorfoses – O Papel no Acervo da CAIXA. Trata-se do desenho desenvolvido em nanquim sobre o papel do artista modernista cearense Antônio Bandeira. Mas o curador Allan de Lana explica que alguns desses trabalhos fazem referências a obras dos anos 1920, como é o caso da gravura Estrada de Ferro Central do Brasil, da pintora Tarsila do Amaral. “É a versão em serigrafia de um óleo sobre tela de 1924”, revela.
 
Entre os trabalhos exibidos, merecem destaques duas gravuras realizadas em serigrafia pelo pintor Di Cavalcanti: Mulata, de 1965, e um registro de 1973, sem título. Obras expressivas de mestres como Tomie Ohtake, Wagner Hermusche e Fayga Ostrower, premiada com suas gravuras na Bienal de Veneza nos anos 1950, também fazem parte da mostra. Para facilitar a compreensão e entendimento por parte dos visitantes, as obras serão expostas com textos auxiliares com informações sobre as técnicas utilizadas pelos artistas. “Nesse sentido a exposição Metamorfoses é bem didática”, observa o curador.
 
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Gravuras de Paulo Cheida Sans (foto: Rodrigo de Oliveira)
 
O artista e curador do Museu Olho Latino, Paulo Cheida Sans, que participa da mostra com três gravuras em linóleo, conta que em vários períodos de sua carreira participou de exposições em Brasília, assim como atuou como curador nessa cidade em vários eventos, como aconteceu no 1º Festival de Arte e Cultura Latino-Americana realizada em 1987. Na capital do Brasil, obras de sua autoria, além do acervo da Caixa, também estão nas coleções da Casa da Cultura Latino-Americana da Universidade de Brasília e no Museu de Arte. Cheida declara que “é uma grande honra expor juntamente com grandes artistas que figuram na história da arte brasileira”.
 
Para Allan de Lana Frutuoso, curador da exposição, o valor cultural, artístico e histórico do acervo é incalculável por refletir, em alguns momentos, a história do Brasil.  “O Brasil sempre teve uma produção potente nessa área, cobrindo parte do modernismo da década de 20, passando pelas vanguardas das décadas de 50 e 60, cobrindo, inclusive, momentos de reclusão da arte em choque com o regime militar”, comenta Lana.
 
A exposição Metamorfoses – O Papel no Acervo da CAIXA pode ser visitada até 11 de janeiro de 2015, de terça-feira a domingo, das 9h às 21h, na Galeria Acervo da Caixa Cultural de Brasília, situada na SBS, quadra 4, lotes 3/4 - Asa Sul, anexo à matriz da CAIXA.
 
 
Exposição: Metamorfoses – O Papel no Acervo da CAIXA.
Local: Galeria Acervo da CAIXA Cultural Brasília.
Endereço: SBS, quadra 4, lotes 3/4 - Asa Sul, anexo à matriz da CAIXA.
Visitação: De 28 de outubro de 2014 a 11 de janeiro de 2015, de terça-feira a domingo, das 9h às 21h. Entrada franca.

 

fonte: Portal Olho Latino